O privacy by design é uma tendência crescente entre as empresas, especialmente as de tecnologia, uma vez que cada vez mais usuários exigem maiores proteções de privacidade. Alguns dos maiores nomes da tecnologia já implementaram esta abordagem, com resultados impressionantes. É por isto que, dando sequência à série iniciada na semana passada, no texto de hoje vamos trazer alguns exemplos de privacy by design na prática a partir da experiência de grandes empresas.
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Um dos exemplos mais conhecidos de privacy by design em ação é a Apple. A empresa tem estado, em tempos recentes, bastante comprometida em proteger a privacidade dos usuários, e fez várias escolhas de design para apoiar este objetivo. Por exemplo, o navegador Safari bloqueia automaticamente cookies de terceiros, que podem rastrear a atividade do usuário através da web. Além disso, os produtos da Apple são projetados para proteger os dados dos usuários com recursos como o Face ID, que usa tecnologia segura de reconhecimento facial no próprio dispositivo, sem envio de dados à empresa, para desbloquear dispositivos, e a privacidade diferencial, que coleta dados de uma forma que preserva a privacidade de usuários individuais.
A Microsoft é outra empresa que tomou medidas para priorizar a privacidade dos usuários. Em 2019, a empresa anunciou uma nova ferramenta chamada “Data Dignity”, que permite aos usuários controlarem seus dados pessoais e decidirem como eles são usados. A Microsoft também implementou uma forte criptografia em muitos de seus produtos e serviços, e tornou mais fácil para os usuários o gerenciamento de suas configurações de privacidade.
As empresas menores também estão adotando o privacy by design. Por exemplo, o DuckDuckGo, um mecanismo de busca focado na privacidade, tem se tornado cada vez mais popular entre os usuários que querem proteger seu histórico de busca. A empresa implementou várias opções de design para apoiar a privacidade, incluindo o bloqueio de cookies de terceiros e o não rastreamento da atividade do usuário. Ao contrário de outros mecanismos de busca que coletam e armazenam os dados de busca dos usuários, a DuckDuckGo construiu seu modelo de negócios em torno da proteção da privacidade dos usuários. Seus resultados de busca não são personalizados com base nos dados do usuário, e ela não compartilha os dados dos usuários com anunciantes de terceiros.
Outro exemplo de privacy by design em ação é o ProtonMail, um provedor de e-mail seguro. A empresa implementou criptografia de ponta a ponta, o que significa que somente o remetente e o destinatário podem ler o conteúdo de um e-mail. O ProtonMail também usa protocolos de segurança rigorosos para proteger os dados dos usuários, e tornou fácil para os usuários o gerenciamento de suas configurações de privacidade. A abordagem de privacy by design do ProtonMail é evidente em seu serviço, que é construído em torno de um modelo de criptografia forte que garante que mesmo a empresa não possa acessar os dados do usuário. O modelo de negócios da empresa é baseado em assinaturas de usuários, em vez de publicidade, o que reforça ainda mais seu compromisso com a privacidade do usuário.
Finalmente, a Mozilla é outra empresa que fez do privacy by design uma prioridade. Seu navegador Firefox inclui uma série de recursos de privacidade, tais como a capacidade de bloquear cookies de terceiros, impedir que websites rastreiem a atividade do usuário e permitir conexões criptografadas. Eles também têm sido muito transparentes sobre suas práticas de coleta de dados e têm fornecido aos usuários amplas configurações e opções de privacidade. A Mozilla também tem sido uma forte defensora dos direitos de privacidade e tem estado ativamente envolvida em lobbying por leis e regulamentos de privacidade mais fortes. Além disso, eles desenvolveram várias ferramentas de privacidade, como o Firefox Monitor, uma ferramenta que permite aos usuários verificar se seus dados pessoais estiveram envolvidos em alguma violação de dados conhecida.
Estas empresas são apenas alguns exemplos de como o privacy by design pode ser implementado com sucesso na prática. Construindo proteções de privacidade em produtos e serviços desde o início, estas empresas demonstraram que é possível fornecer aos usuários proteções de privacidade robustas sem sacrificar a funcionalidade ou a conveniência. À medida em que mais e mais empresas adotarem esta abordagem, é provável que veremos uma mudança para uma economia digital mais focada na privacidade, com maior confiança dos usuários nos produtos e serviços que eles utilizam.
E você, tem alguns exemplos de privacy by design na prática para compartilhar conosco?
No próximo texto desta série falamos sobre o equilíbrio entre a privacidade e a usabilidade.
Vamos que vamos e #colanopapai!
Leia a série completa:
- Uma introdução ao privacy by design
- Os 7 princípios fundamentais do privacy by design
- Os benefícios do privacy by design
- Exemplos de privacy by design na prática
- O equilíbrio entre a privacidade e a usabilidade
- Como implementar o privacy by design no seu negócio
- O futuro do privacy by design
- Considerações éticas sobre o privacy by design