Bom dia, boa tarde, boa noite!
Chegamos a mais um final de semana, e espero que tudo esteja bem por aí com você. E claro, com a proteção de dados em dia!
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Li ontem um artigo que me trouxe aquele quentinho no coração, como profissional de privacidade. O texto discorre sobre o papel do líder de privacidade em uma empresa, e sua leitura me fez soltar um “finalmente alguém falou isso em voz alta!”.
A IAPP acabou de lançar seu Privacy Governance Report, e os resultados da pesquisa confirmam algo que muita gente da área de proteção de dados já vinha sentindo na pele:
- Mais de 80% dos profissionais de privacidade já estão lidando com temas que vão MUITO além da proteção de dados: IA, ética de dados, segurança cibernética, responsabilidade de plataformas…
- Mesmo assim, a área ainda é vista (em muitas empresas) como custo de compliance. Triste, mas real.
- A boa notícia? Esse é justamente o momento de virar o jogo e mostrar que privacidade é alavanca estratégica, não freio de inovação.
O relatório traz insights valiosos sobre como fazer isso acontecer na prática. Em resumo, o segredo está em se conectar com o que a liderança realmente valoriza: crescimento, diferenciação e lealdade do cliente. Para atingir esses objetivos, essas são as recomendações do relatório:
- Tecnologia x regulação: A tecnologia corre mais que a regulação, e quase metade das empresas já vê a governança de IA como prioridade. Isso coloca a privacidade no centro do palco, conectando os riscos emergentes e as decisões de alto impacto que moldam a confiança do mercado e o crescimento da empresa.
- Fale a língua do negócio: Saia do juridiquês e mostre como a privacidade impulsiona metas reais da empresa. A diretoria quer saber de crescimento, diferenciação no mercado e fidelidade do cliente. A gente tem de mostrar como a privacidade contribui para isso, acelerando a transformação digital e fortalecendo a confiança dos consumidores.
- Mensure tudo que for possível: Privacidade bem feita é invisível porque evita escândalo, sem multas, sem vazamentos, sem manchetes. Isso é ótimo, mas dificulta mostrar o valor da privacidade para a liderança. Precisamos traduzir o trabalho em resultados mensuráveis, como aprovações de fornecedores mais rápidas, redução no tempo de negociação e custos menores de resposta a incidentes.
- Seja parceiro: Entre cedo no jogo, colabore com produto, engenharia e vendas. Privacidade no início gera bem menos retrabalho e mais agilidade no chamado go-to-market. Por exemplo, as empresas de tecnologia que mandam bem já entenderam que, quando a privacidade é embutida desde o início (o famoso privacy by design), ela acelera o desenvolvimento de seus produtos, em vez de atrasá-los.
- Crie processos previsíveis: Frameworks internos, automações, checkpoints no ciclo ágil… Tudo isso ajuda a manter o ritmo sem tropeçar em requisitos regulatórios de última hora.
Em resumo, privacidade não é só sobre estar em conformidade com as legislações. É sobre posicionar a privacidade como um investimento estratégico que apoia o negócio e gera receita. As empresas que integram a privacidade na narrativa da marca não apenas evitam multas, mas também conseguem se diferenciar no mercado e construir lealdade duradoura em um mundo cada vez mais consciente da privacidade.
Então, meu caro DPO (ou aspirante a), a pergunta que fica é: sua cadeira na mesa executiva já está garantida? Ou você continua sendo chamado só na hora da crise? Como sempre, deixe seus comentários no link disponível ao final deste e-mail.
Vamos que vamos e #colanopapai!
Abraços e bom fim de semana,
Prof. Matheus Passos
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