Bom dia, boa tarde, boa noite!
Espero que você esteja bem, encontrando tempo pra respirar no meio da correria da proteção de dados.
Um aviso rápido: dia 9 de agosto começam as aulas do Curso oficial EXIN AI Compliance Professional (AICP), ministrado por mim em parceria com a TIexames. Não fique de fora! Mais informações aqui: https://tiexames.com.br/novosite2015/curso_aovivo_AI_Compliance_Professional.php.
Hoje quero te contar sobre um caso interessante que me fez soltar um sonoro “peraí, como assim?!”.
Pesquisadores da Universidade La Sapienza, em Roma, desenvolveram um método para identificar pessoas usando sinais de WiFi. Isso mesmo. Sem câmera. Sem biometria tradicional. E sem a pessoa precisar estar visível.
Como isso funciona?
Cada corpo humano afeta os sinais de WiFi de forma única, como se fosse uma “impressão digital invisível”. O sistema analisa as alterações no sinal, chamadas de Channel State Information (CSI), com base na forma, tamanho e movimento da pessoa. Com um modelo de rede neural (do tipo transformer), treinado com o dataset NTU-Fi, o sistema conseguiu identificar indivíduos com até 95,5% de precisão, mesmo em ambientes diferentes.
Qual o problema?
Apesar do avanço científico, a tecnologia acendeu todos os alertas possíveis no radar da privacidade. Isto porque:
- Pode ser usada em qualquer lugar com WiFi, como sua casa, escritório, shopping…
- É fácil de ser implementada sem o consentimento ou mesmo percepção da pessoa monitorada (não que isso seja legal).
- Não armazena imagens, mas ainda assim rastreia indivíduos de forma passiva.
Do ponto de vista da LGPD, isso é um prato cheio pra discussão:
- Pode ser considerado dado pessoal? Biométrico?
- Como garantir transparência, base legal e segurança nesse tipo de uso?
- Quem é o controlador? O dono do roteador? O fornecedor do software?
Se você é DPO, advogado ou profissional de compliance, vale acompanhar de perto. Tecnologias como essa estão rompendo os limites do que entendemos por vigilância tradicional, e a regulação – como sempre – vai precisar correr atrás.
Caso você queira ler o estudo, está disponível neste link: https://arxiv.org/html/2507.12869v1.
E você, já imaginou que seu roteador podia virar um scanner invisível de identidade? Deixe seus comentários pelo link ao final deste email.
Vamos que vamos e #colanopapai!
Abraços e boa semana,
Prof. Matheus Passos
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