Na atual era digital a proteção da privacidade é de extrema importância. Com o aumento dos ataques cibernéticos e vazamentos de dados, é essencial que as empresas tomem medidas para proteger os dados pessoais de seus clientes. Uma das melhores maneiras de fazer isso é realizando uma avaliação de risco à privacidade. No texto de hoje vou trazer para você os principais passos que mostram como realizar uma avaliação de risco à privacidade, incluindo como o resultado desta avaliação pode proteger sua empresa.
Passo 1: Identificar os tipos de dados pessoais que sua empresa coleta e armazena
O primeiro passo na realização de uma avaliação de risco à privacidade é identificar os tipos de dados pessoais que sua empresa coleta e armazena. Isso pode incluir não apenas nomes, endereços, números de telefone, endereços de e-mail e informações de cartão de crédito, mas também dados técnicos que, em conjunto com outros, possam identificar seus usuários – como por exemplo dados de IoT. É importante estar ciente de todos os tipos de dados pessoais que a empresa coleta para que ela possa avaliar os riscos associados a cada um.
Passo 2: Avaliar os riscos associados aos dados pessoais coletados
Uma vez que a empresa tenha identificado os tipos de dados pessoais que coleta, é preciso avaliar os riscos associados a cada um. Por exemplo, se a empresa coletar dados de cartão de crédito, há um maior risco para os titulares em caso de vazamento de dados. Por outro lado, se a empresa coletar apenas nomes e endereços, o risco é menor. Além disso, é necessário estar ciente aos riscos à privacidade criados pela própria empresa, como coleta excessiva de dados ou uso secundário – e para evitar estes problemas a aplicação da metodologia do privacy by design é essencial. É também necessário considerar as possíveis consequências de um vazamento de dados, como a perda da confiança dos clientes e ações legais potenciais.
Passo 3: Desenvolver um plano para mitigar os riscos
Uma vez que a empresa tenha avaliado os riscos associados aos dados pessoais sob sua responsabilidade, ela deve desenvolver um plano para mitigá-los. Este plano pode incluir a implementação de medidas de segurança, como criptografia e firewalls, bem como auditorias de segurança regulares e treinamento para funcionários, além de revisão do contexto das atividades de tratamento realizadas atualmente e das que ainda serão realizadas. Ainda, a empresa deve ter um plano de resposta em caso de vazamento de dados, incluindo quem contatar e quais passos tomar.
Passo 4: Implementar o plano e monitorá-lo regularmente
O próximo passo é implementar o plano desenvolvido no passo 3 e monitorá-lo regularmente. Isso pode incluir auditorias de segurança regulares e treinamento para funcionários, bem como monitoramento de atividades suspeitas em sua rede. A empresa deve também revisar periodicamente seu plano para garantir que ele ainda seja eficaz e fazer quaisquer atualizações necessárias.
Passo 5: Comunicar-se com os clientes
Por fim, é essencial comunicar aos clientes os passos que a empresa está tomando para proteger seus dados pessoais. Isso inclui ser transparente sobre os tipos de dados pessoais coletados e como os utiliza, bem como as medidas que tem em vigor para protegê-las. Estas informações geralmente são repassadas aos titulares em um aviso de privacidade, que deve ser claro, sucinto e de fácil leitura – ou seja, um aviso de privacidade não é um contrato nem um manual de tecnologia. Por fim, a empresa deve informar os clientes sobre quaisquer vazamentos de dados e quais passos está tomando para preveni-los no futuro.
Em conclusão, realizar uma avaliação de risco à privacidade é essencial para as empresas protegerem os dados pessoais de seus clientes. Esta avaliação é elemento essencial e obrigatório em qualquer programa de governança em privacidade. Ao identificar os tipos de dados pessoais que coleta, avaliar os riscos associados a cada um, desenvolver um plano para mitigar os riscos, implementar e monitorar o plano, e se comunicar eficazmente com os clientes, a empresa pode ajudar a garantir a privacidade de seus clientes.
Se você quiser saber mais a este tema assista ao vídeo em que explico como fazer um Relatório de Impacto à Proteção de Dados – ou seja, uma avaliação de risco à privacidade – “sem orientações da ANPD”.
Você incluiria outras etapas a respeito de como realizar uma avaliação de risco à privacidade?
Leia o próximo texto da nossa série preparatória para a Maratona de Proteção de Dados – Ed. Janeiro 2023: Como desenvolver uma estratégia de mitigação de riscos à privacidade.
Vamos que vamos e #colanopapai!